Project Description
A Fluidez do Tempo (no) Acervo d’ A Pequena Galeria
Em síntese, a fluidez é algo ou a condição de algo, que se desenrola com normalidade. Ou, ainda, uma forma de perpassar por entre alguma coisa, em sentido figurado ou não. Por outro lado, Zygmunt Bauman (1925-2017), o sociólogo e filósofo polonês, defendeu que a pós-modernidade trouxe com ela a fluidez do líquido diluindo certezas, ignorando divisões e ocupando espaços. Deixou de haver conceitos sólidos e certezas absolutas.
A Fotografia, apesar de fruto dessa modernidade que contribuiu para desestruturar o “mundo sólido”, é o próprio retrato dessa transformação em “A Fluidez do Tempo (no) Acervo d’A Pequena Galeria”. Esta exposição não discute conceitos, métodos ou estilos de fotografia. Entretanto, leva à reflexão íntima sobre existir (ou não) uma maneira correta de fazer fotografia. Sobre como mostra-la. Sobre os “químicos”, as “chapas de vidro”, “películas”, sobre os “álbuns de família” e a “internet”, sobre os pixels”…
Afinal, o que é a fotografia no mundo líquido de Zygmunt senão a própria fluidez do tempo! Nas paredes d’A Pequena Galeria, e até o dia 28 de Setembro, o que se vê é o retrato da Fotografia perpassando o tempo e convivendo, lado a lado, os diferentes modos de fazer da arte fotográfica. Aqui, a fluidez é, ao mesmo tempo, uma causa, uma condição e um resultado.
Sonia Figueiredo
Setembro 2019